24 de março de 2011

A importância da fisioterapia no animal internado

Foto retirada do blog: http://humanosepeludos.blogspot.com


Animais debilitados necessitam de maiores cuidados, por isso muitos ficam internados em centros especializados com atendimento constante de um médico veterinário e com monitorização completa.  A fisioterapia no paciente crítico é fundamental, pois muitos se tornam parcialmente ou totalmente dependentes culminando na Síndrome do Imobilismo. A imobilidade leva a uma redução na capacidade funcional de diversos sistemas do corpo além da perda de massa muscular e da força. No animal, assim como no humano, o estado emocional também pode se debilitar em casos de imobilidade prolongada.
O objetivo do fisioterapeuta é reduzir os efeitos negativos do imobilismo, melhorar a qualidade de vida do animal e minimizar as complicações devido ao tempo prolongado de hospitalização. O protocolo fisioterápico não deve interferir na medicação que o animal esteja recebendo. Antes de realização de qualquer manobra devem ser avaliados frequência e ritmo cardíaco e respiratório, considerando qualquer indicio de descompensação.
As úlceras de decúbito são comuns em animais com imobilidade prolongada e representam uma ameaça direta ao paciente, causando desconforto, demora na reabilitação e muitas vezes pode levar à septicemia. Pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, sendo mais comum em locais onde há protuberâncias ósseas e pouco tecido adiposo. Por isso é importante trocar sempre o animal de decúbito, pelo menos a cada 2 horas, evitando assim contato com fezes e urina e a pressão por tempo prolongado em um único local.
A eliminação de secreções pulmonares fica dificultada pela posição do animal, o local da parede brônquica que fica para baixo acumula mais secreções, a tosse fica menos efetiva e o animal fica predisposto a infecções respiratórias. As manobras fisioterápicas de tapotagem e vibração ajudam na drenagem de secreções das vias aéreas inferiores e na melhora da troca gasosa.
A falta de exercícios reduz a eficiência do liquido sinovial que lubrifica e nutre a cartilagem, gera também a atrofia, perda da força muscular e diminuição da amplitude de movimento.  Além disso, a imobilidade induz a um processo inflamatório tecidual que gera dor ao animal. A mobilização terapêutica, (amplitude de movimento passiva ou ativa, caminhada assistida e levantar) são movimentos que ajudam e retardam os processos degenerativos. Os exercícios terapêuticos mantêm a integridade de tendões, ligamentos, músculos e articulações.
A amplitude de movimento auxiliada por um fisioterapeuta ajuda no aumento da força da musculatura. Exercícios leves já são capazes de causar um aumento no fluxo sanguineo muscular e articular, além de manter o equilíbrio e capacidade funcional. Caso o animal ainda não consiga se locomover, o simples fato de manter o animal em estação já auxilia no equilíbrio, na coordenação neurofuncional e também no emocional do paciente. Use bolas, tipóias ou toalhas para ajudar o animal a se manter na posição correta. Se o animal já conseguir caminhar, esse é o melhor exercício para ganho de amplitude de movimento, força muscular e equilíbrio.
A hidroterapia pode ser muito benéfica, a água relaxa, deixa o animal mais leve e também ajuda na amplitude, força e equilíbrio. Cada caso deve ser avaliado separadamente, pois há animais internados que devido aos equipamentos de monitorização não podem entrar na água. A eletroterapia pode ser utilizada para prevenir atrofia muscular por desuso e também para analgesia e relaxamento.
É comum que o animal internado esteja em constante estresse, pois está distante dos donos, muitas vezes com dores e são acordados constantemente para medicações. O relaxamento do paciente pode ser feito com massagem, que além de relaxar promove o aumento da circulação sanguinea, sedação, redução dos espasmos musculares e redução de edemas.
A fisioterapia no paciente internado promove a maior qualidade de vida desse animal, reduzindo sua dor, estresse e o tempo de hospitalização.

CUIDADOS COM O PACIENTE INTERNADO:

1)      Realizar trocas posturais constantes ( a cada 2 horas)
2)     Estimular mobilidade
3)     Diminuir a dor e o desconforto
4)     Não alimentar o animal deitado
5)     Posicionar corretamente o uso dos coxins
6)     Manter o animal sempre limpo e seco
7)     Evitar a posição de flexão das articulações
8)    Mobilizar articulações
9)     Tratá-lo com muito carinho!

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