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28 de janeiro de 2013

Reabilitação - Hérnia de disco - JIMI




     Esse é o JIMI... um paciente super querido e muito batalhador. O Jimi tem 6 anos teve extrusão discal entre as vértebras  T10-T11, a famosa hérnia de disco.  Ele passou por cirurgia em Julho de 2012, porém a demora no diagnóstico causou uma demora na realização da cirurgia , que foi feita uma semana após o início dos sintomas (  O recomendado é que seja feita até 48 horas após o início dos sinais clínicos). Assim que foi atendido pela neurologista já foi encaminhado para cirurgia. Seu prognóstico foi considerado reservado.
    Quando fiz avaliação do Jimi, aproximadamente um mês após a cirurgia, ele não estava  movimentando os membros pélvicos, estava com ausência de propriocepção ( que é a percepção da pata no espaço), ausência de dor superficial e profunda. Os membros pélvicos estavam um pouco já atrofiados e com alterações na micção (estando afetadas as fibras do neurônio motor superior(NMS), ocorre a impossibilidade de esvaziamento da bexiga, que pode se distender. O paciente pode começar a perder urina por gotejamento o que pode ser confundido com incontinência urinária).

IMPORTANTE :  A bexiga de animais com alteração na micção por lesão de NMS, deve ser obrigatoriamente esvaziada por completo 3 vezes ao dia.  

     Decidimos por fazer duas sessões de fisioterapia e uma de acupuntura por semana no Jimi. Nos outros dias o João e a Natália ( seus donos) ficaram responsáveis por fazer alguns "exercícios" que passei como dever de casa. 
       No primeiro mês notamos pouca melhora, apenas havia uma maior facilidade na eliminação da urina, quando era feito o esvaziamento da bexiga. Mas não desistimos. No segundo mês o Jimi começou a movimentar os joelhos durante a locomoção, o que foi motivo de muita alegria. Com o tempo houve uma melhora progressiva, ele passou a permanecer mais tempo em estação e  ocorreu uma melhora no equilíbrio de forma  gradual. Quando os primeiros passinhos foram dados festejamos mais ainda e foi aí que começamos uma fisioterapia mais intensiva em relação aos exercícios ativos. Em Novembro de 2012 o Jimi teve alta.  Provavelmente ele desenvolveu o chamado "andar medular" ( locomoção ,na ausência de sensibilidade, através do arco reflexo). 
     Recebi notícias do João de que ele está ainda melhor, aperfeiçoando seus movimentos, correndo, brincando e o mais importante FELIZ.
      O mérito maior nesse sucesso é do Jimi, um cãozinho super batalhador e guerreiro que em nenhum momento desistiu e sempre colaborou no tratamento. Um fator indispensável para a melhora do Jimi foi a dedicação dos seus donos, sempre realizando os "deveres de casa" passados por mim.
      Espero com este post alertar muitas pessoas que possam ter um animalzinho na mesma situação a qual o Jimi chegou para tratamento. Não desistam . Na maioria dos casos conseguimos dar ao animal uma ótima qualidade de vida. Hoje em dia já existem cadeirinhas de roda para animais que não conseguem voltar a se locomover e eles se adaptam muito bem a elas. E em muitos casos os animais conseguem desenvolver um andar medular, como foi o caso do Jimi. Procure o médico veterinário de sua confiança , peça a indicação de um fisioterapeuta/ acupunturista.
      Persistência e fé . É uma longa caminhada e muitas vezes cansativa, mas ver a felicidade de um animal por ter sua qualidade de vida de volta não tem preço. 
        Jimi, obrigada por tudo. São cães como você que me dão força para continuar batalhando pela reabilitação animal!
       
       
       
        

20 de março de 2012

FISIOTERAPIA NA LUXAÇÃO PATELAR DE CÃES

       A luxação de patela pode ser definida como um deslocamento da patela a partir do sulco troclear.

   A maior parte das luxações de patela têm origem congênita/hereditária, porém podem ocorrer também em consequência a um traumatismo grave em que há ruptura de um ou ambos ligamentos cruzados ou colaterais. Ocorrem principalmente em raças toys como yorkshire, poodles entre outros. É comum o animal apresentar graus variáveis de osteoartrite devido ao deslocamento patelar e consequente destruição da cartilagem articular.

   O animal pode não apresentar sintomas clínicos o que às vezes retarda o diagnóstico de luxação patelar. Dentre os sintomas mais comuns estão a claudicação, dor na região do joelho e relutância em saltar ou realizar exercícios. A luxação pode variar de formas leves a graves sendo classificada em graus de I a IV.
      
   O diagnóstico é feito pela anamnese, na qual o proprietário pode relatar uma claudicação , dor ou ainda que o cão mantém a pata flexionada em deambulação por um ou dois passos. No exame físico testa-se a instabilidade patelar que irá variar de acordo com o grau da luxação. A radiografia avaliará principalmente a gravidade da deformidade óssea.
"Aconselha-se a cirurgia em animais jovens adultos ou imaturos sintomáticos, pois a luxação patelar intermitente pode desgastar prematuramente a cartilagem articular da patela” (FOSSUM, 2002).

  Porém o tratamento cirúrgico não previne o desenvolvimento de osteoartrite
     A reabilitação de animais com luxação de patela pode ser feita no pré e pós cirúrgico e também nos casos em que não se preconiza a cirurgia, como em grau I de luxação em que não há sintomas clínicos evidentes.
     
     Nos animais com grau I, deve-se estimular os passeios regulares, evitar o ganho de peso e saltos de lugares altos. Em pacientes que possuem luxação grau II, III ou IV e que por algum motivo não realizarão cirurgia preconiza-se um tratamento na tentativa de reduzir a dor e fortalecer a musculatura dos membros pélvicos.
   
   O tratamento no pós cirúrgico imediato pode ser feito com uso de gelo e mobilização passiva com intuito de evitar contraturas e perda da amplitude de movimento. Utiliza-se a eletroterapia para redução de dor e com isso facilitar a mobilização. Quando houver a redução da dor e do processo inflamatório é hora de encorajar o paciente a usar o membro por meio de caminhadas com guias, hidroesteira e exercícios de suporte de peso.
   
   Geralmente pacientes com grau I a III de luxação patelar têm uma recuperação mais rápida. Pacientes com luxação grau IV, muitas vezes necessitam sofrer osteotomias e com isso precisarão de um período de repouso para consolidação óssea. Nesta fase o fisioterapeuta poderá fazer uso do laser para auxiliar na cicatrização e da eletroterapia para evitar uma atrofia muscular demasiada bem como uma mobilização suave do membro. Após a consolidação óssea poderá se iniciar uma fisioterapia mais intensa. 


          O protocolo irá variar de acordo com o caso, nunca é utilizado o mesmo protocolo para animais distintos nem para o mesmo animal em fases diferentes de recuperação.

Caso o seu animal apresente algum dos sintomas acima descritos procure um veterinário, só ele poderá diagnosticar corretamente e ainda indicar o melhor tratamento.

Dúvidas?  Entre em contato: acarolinafrazao@yahoo.com.br

20 de janeiro de 2012

Cadeira de Rodas para Animais com Deficiência de Locomoção...

Depois de uns meses sem postar no blog, voltei. Em 2012 as postagens de novas matérias serão quinzenais. Espero que gostem. Se tiverem sugestões de temas podem enviar para o e-mail de contato acarolinafrazao@yahoo.com.br.


      Ao voltar de férias  a Fafá, uma paciente que atendo há um ano, estava de cadeirinha nova. Por isso resolvi estrear as postagens de 2012 com esse tema, em homenagem à Fafildes.

     Animais com deficiência de locomoção podem ter com a cadeirinha uma melhora significativa na qualidade de vida. Apenas o fato de estar, em alguns momentos do dia, na posição quadrupede já ajuda bastante. É perceptível como o animal se sente mais integrado ao ambiente.

    A cadeira de rodas além de facilitar a locomoção e assim o convívio do animal com o meio, serve principalmente como um aparelho de fisioterapia. A cadeirinha auxilia também na redução de escaras, muito comuns em animais com deficit locomotor.

   A pouco tempo atrás era comum se pensar em eutanásia para animais com alguma plegia. Sendo que a sua maior parte ocorria e ocorre devido a má impressão das escaras e condições de higiene. Assim, com o uso da cadeirinha o animal tem a possibilidade de voltar a interagir com o ambiente. Mesmo animais tetraplégicos , que não têm movimentos do pescoço para baixo,  ou animais com deficiência nos quatro membros podem fazer uso da cadeirinha de quatro rodas. Esse o caso da Fafá, a paciente do começo do começo do post. Ela  possui deficiência nos quatro membros e por isso foi confeccionada uma cadeirinha de quatro rodas que ainda vem com uma cordinha,que funciona como uma coleira. Com a cadeirinha a Fafá já consegue dar passinhos, auxiliando o tratamento fisioterapêutico. É importante que o animal nunca fique sozinho na cadeirinha e que também não fique por muitas horas seguidas. A cadeirinha também pode usada em gatos e coelhos.

    Há alguns lugares confeccionam o cadeirinha, geralmente basta enviar uma ficha com as medições estabelecidas , e eles enviam a cadeirinha pelo correio. Porém é recomendável pedir o auxílio de um veterinário. Se alguém tiver interesse em comprar a cadeirinha entre em contato comigo pelo e-mail acarolinafrazao@yahoo.com.br e passo todos os contatos do produtor.

Fafá na cadeirinha ´Puro charme'



24 de março de 2011

A importância da fisioterapia no animal internado

Foto retirada do blog: http://humanosepeludos.blogspot.com


Animais debilitados necessitam de maiores cuidados, por isso muitos ficam internados em centros especializados com atendimento constante de um médico veterinário e com monitorização completa.  A fisioterapia no paciente crítico é fundamental, pois muitos se tornam parcialmente ou totalmente dependentes culminando na Síndrome do Imobilismo. A imobilidade leva a uma redução na capacidade funcional de diversos sistemas do corpo além da perda de massa muscular e da força. No animal, assim como no humano, o estado emocional também pode se debilitar em casos de imobilidade prolongada.
O objetivo do fisioterapeuta é reduzir os efeitos negativos do imobilismo, melhorar a qualidade de vida do animal e minimizar as complicações devido ao tempo prolongado de hospitalização. O protocolo fisioterápico não deve interferir na medicação que o animal esteja recebendo. Antes de realização de qualquer manobra devem ser avaliados frequência e ritmo cardíaco e respiratório, considerando qualquer indicio de descompensação.
As úlceras de decúbito são comuns em animais com imobilidade prolongada e representam uma ameaça direta ao paciente, causando desconforto, demora na reabilitação e muitas vezes pode levar à septicemia. Pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, sendo mais comum em locais onde há protuberâncias ósseas e pouco tecido adiposo. Por isso é importante trocar sempre o animal de decúbito, pelo menos a cada 2 horas, evitando assim contato com fezes e urina e a pressão por tempo prolongado em um único local.
A eliminação de secreções pulmonares fica dificultada pela posição do animal, o local da parede brônquica que fica para baixo acumula mais secreções, a tosse fica menos efetiva e o animal fica predisposto a infecções respiratórias. As manobras fisioterápicas de tapotagem e vibração ajudam na drenagem de secreções das vias aéreas inferiores e na melhora da troca gasosa.
A falta de exercícios reduz a eficiência do liquido sinovial que lubrifica e nutre a cartilagem, gera também a atrofia, perda da força muscular e diminuição da amplitude de movimento.  Além disso, a imobilidade induz a um processo inflamatório tecidual que gera dor ao animal. A mobilização terapêutica, (amplitude de movimento passiva ou ativa, caminhada assistida e levantar) são movimentos que ajudam e retardam os processos degenerativos. Os exercícios terapêuticos mantêm a integridade de tendões, ligamentos, músculos e articulações.
A amplitude de movimento auxiliada por um fisioterapeuta ajuda no aumento da força da musculatura. Exercícios leves já são capazes de causar um aumento no fluxo sanguineo muscular e articular, além de manter o equilíbrio e capacidade funcional. Caso o animal ainda não consiga se locomover, o simples fato de manter o animal em estação já auxilia no equilíbrio, na coordenação neurofuncional e também no emocional do paciente. Use bolas, tipóias ou toalhas para ajudar o animal a se manter na posição correta. Se o animal já conseguir caminhar, esse é o melhor exercício para ganho de amplitude de movimento, força muscular e equilíbrio.
A hidroterapia pode ser muito benéfica, a água relaxa, deixa o animal mais leve e também ajuda na amplitude, força e equilíbrio. Cada caso deve ser avaliado separadamente, pois há animais internados que devido aos equipamentos de monitorização não podem entrar na água. A eletroterapia pode ser utilizada para prevenir atrofia muscular por desuso e também para analgesia e relaxamento.
É comum que o animal internado esteja em constante estresse, pois está distante dos donos, muitas vezes com dores e são acordados constantemente para medicações. O relaxamento do paciente pode ser feito com massagem, que além de relaxar promove o aumento da circulação sanguinea, sedação, redução dos espasmos musculares e redução de edemas.
A fisioterapia no paciente internado promove a maior qualidade de vida desse animal, reduzindo sua dor, estresse e o tempo de hospitalização.

CUIDADOS COM O PACIENTE INTERNADO:

1)      Realizar trocas posturais constantes ( a cada 2 horas)
2)     Estimular mobilidade
3)     Diminuir a dor e o desconforto
4)     Não alimentar o animal deitado
5)     Posicionar corretamente o uso dos coxins
6)     Manter o animal sempre limpo e seco
7)     Evitar a posição de flexão das articulações
8)    Mobilizar articulações
9)     Tratá-lo com muito carinho!

12 de março de 2011

FISIOTERAPIA E ACUPUNTURA A DOMICÍLIO!!!


Próximo Importância da fisioterapia em animais internados
                                                           AGUARDEM !!

19 de janeiro de 2011

FISIOTERAPIA NA DISPLASIA DO COTOVELO


A articulação do cotovelo é uma das mais estáveis do corpo, permitindo movimentos de flexão e extensão e ainda de supinação e pronação do antebraço. A displasia do cotovelo geralmente envolve fragmentação do processo coronóide medial, não união do processo ancôneo e a osteocondrite dissecante. As raças grandes e gigantes são as mais afetadas.
                                   Foto retirada do blog: paixaoporpet.blogspot.com

Os sinais clínicos se manifestam entre os 4 e 8 meses de idade e se iniciam com claudicação de membro torácico, dor à palpação da região medial da articulação do cotovelo, dores na flexão e extensão da mesma articulação, aumento na região articular. Ainda pode-se observar crepitação e redução na amplitude de movimento.
O diagnóstico é baseado nas observações radiográficas, porém nem sempre a causa base pode ser comprovada na imagem radiográfica. Tem sido discutido o uso de tomografia computadorizada no diagnóstico de displasia do cotovelo, principalmente quando está relacionada à fragmentação do processo coronóide.
O tratamento recomendado geralmente é o cirúrgico. Em alguns casos a osteoartrose já está instalada o que piora o prognóstico.  Há numerosos tratamentos cirúrgicos descritos para cada caso, contudo sempre se recomenda a reabilitação pós cirúrgica para evitar a progressão da osteoatrose, ganhar massa muscular, aumentar a amplitude de movimento e manter a funcionalidade do membro.
Antes do desenvolvimento do protocolo fisioterápico é necessário ter conhecimento processo cirúrgico empregado, por isso é sempre importante o contato entre o veterinário clínico, cirúrgico e o fisioterapeuta.
A fisioterapia tem nesse caso os objetivos de reduzir o estresse articular, controlar a dor e a inflamação, fortalecer os músculos periarticulares, manter ou aumentar a amplitude de movimento e melhorar a qualidade da cartilagem. Deve-se ainda avaliar o membro contralateral e a coluna cervical, devido à sobrecarga causada pela redução do uso do membro.
Caso o animal seja obeso é aconselhado uma dieta e um programa de exercícios controlados com baixo impacto nas articulações( natação, hidroesteira ou caminhadas com guia curta). Os exercícios também ajudarão no ganho de massa muscular. Caso o animal esteja com muita dor ou com fraqueza é utilizada a corrente FES para ajudar no fortalecimento muscular.
O laser terapêutico ajudará no controle da dor e da inflamação. Para dor a acupuntura é o tratamento mais indicado. Deve-se evitar atividade de grande impacto na articulação , pois pode agravar ainda mais o processo inflamatório.
São feitos alongamentos e mobilização articular para  manter ou aumentar a amplitude de movimento e melhorar a qualidade da cartilagem articular. Agentes condroprotetores são indicados para reduzir os danos nas articulações.

 
                              Foto retirada do blog: bifecomfritas.blogspot.com

Com a reabilitação conseguimos fornecer uma qualidade de vida ao animal, reduzindo a dor e utilizando o potencial funcional de cada animal.




"Não podemos ver a beleza essencial de um animal enjaulado, apenas a sombra de sua beleza perdida." (Julia Allen Field)
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 AJUDE OS ANIMAIS DA TRAGÉDIA NO RJ
 
WSPA, entidade que auxilia animais no mundo todo, está se mobilizando para ajudar as centenas de animais (cães, gatos e cavalos) que se machucaram, estão doentes e sem lar. Mesmo de longe nós também podemos ajudar fazendo doações.

Para saber mais acessem o site: www.wspabrasil.org

A WSPA está arrecadando dinheiro através da conta: 

Bradesco
Ag: 0279-8
CP: 172813-0
CNPJ: 04.363.242/0001-09
Defensores dos animais